Com medo de surto de dengue, população pede fiscalização no Palácio dos Leilões 3b61g

Juatubenses denunciam que Secretaria de Saúde não tem feito ações de combate ao mosquito Aedes na cidade 55164m

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foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

Na última semana o Jornal de Juatuba e Mateus Leme divulgou reportagem sobre a dengue em Minas e especificamente nos municípios de Juatuba e Mateus Leme. De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde, Juatuba confirmou até o último dia 23 de janeiro, um caso da doença e outro de febre Chikungunya. Mateus Leme segue sem registros confirmados ou suspeitos.

Esta semana, nos grupos de WhatsApp e na internet, o principal tema de debate e comentários foi o descaso com o combate à doença em Juatuba. A alegação dos internautas é que a prefeitura não está promovendo fiscalização com agentes de endemias nas casas e tampouco campanhas de conscientização da população.

Risco no Palácio dos Leilões

Populares aproveitaram o assunto e questionaram também se os agentes de endemias do município estão fazendo fiscalização no pátio do Palácio dos Leilões. “Eu já pedi formalmente informações sobre qual foi a contrapartida oferecida pelo Palácio dos Leiloes ao município, pela concessão do terreno, porque quando a empresa veio para cá foi porque foi expulsa de Contagem. Foi dado um prazo judicial para que eles se retirassem o pátio de Contagem, porque eles não faziam dedetização, os carros batidos ficavam à céu aberto e inclusive criando condições para focos de Dengue, Chikungunya e Zika. A situação estava calamitosa no município. Eu, quando era fiscal no município vizinho, notifiquei várias vezes a empresa e nada foi resolvido. Eles dedetizavam uma pequena área e os focos não acabavam”, disse o popular Toninho, ex-fiscal de endemias da prefeitura de Contagem.

Os internautas questionam também sobre a real situação do pátio em Juatuba. “Aquele pátio é maior que dois bairros da cidade, imagina o quanto de foco de dengue deve ter naqueles carros batidos que ficam à céu aberto, tomando chuva, e a prefeitura sequer fiscaliza”, disse outro internauta.

Toninho completou dizendo que a concessão foi feita na época do governo da Valéria, e que ele inclusive questionou o filho da prefeita sobre os termos para a concessão e informou que o Palácio havia sido “expulso de Contagem”, pela situação calamitosa de Dengue em seus pátios. No entanto, os integrantes do poder executivo à época não informaram os termos da concessão e tampouco a contrapartida da empresa ao município. “Quando Juatuba acordar e tiver uma epidemia incontrolável na cidade, será tarde. Porque vem carro do Brasil inteiro para cá, imagina o quanto de doença vem junto”, alertou.

Secretaria de Saúde contesta internautas e diz que agentes de endemias têm atuado em “todos os locais de risco eminente”

O Jornal de Juatuba e Mateus Leme procurou a Secretaria de Saúde para saber sobre as ações de combate às endemias no município e também questionou se estão ocorrendo fiscalizações nas empresas que são dotadas de pátio aberto e que têm materiais ou veículos expostos.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Juatuba contestou as falas dos internautas, dizendo que a prefeitura faz ações de combates às endemias e atua de acordo com o cronograma da Secretaria de Estado de Saúde.

Segundo a pasta, a prefeitura realiza o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti – LIRAa, todos os anos, nos meses de janeiro, março e outubro. Através do LIRAa podem ser levantados indicadores de infestação predial, indicadores de tipos de depósitos predominantes e de imóveis positivos.

“O setor de endemias também realiza o tratamento focal, que consiste em visitas domiciliares em ciclos bimensais, em, no mínimo 80% de todos os imóveis do município. E por último, mas não menos importante, são feitas pesquisa e tratamento em pontos estratégicos, em locais onde há concentração de depósitos do tipo preferencial para a desova da fêmea do Aedes aegypti ou especialmente vulneráveis a introdução do vetor, como em cemitérios, borracharias, ferros-velhos, depósitos de sucata ou de materiais de construção, garagens de ônibus e de outros veículos de grande porte. As atividades de vigilância nesses locais são realizadas com periodicidade quinzenal. A aplicação residual e/ou focal deve ser realizada mensalmente ou quando detectada a presença de focos”.

Segundo a nota da Saúde, durante essas visitas são feitas ações integradas de manejo ambiental (retirada de criadouros), tratamento focal e aplicação de inseticida espacial para eliminar as formas adultas do mosquito e interromper a transmissão da doença”, diz nota.

Situação do Programa Nacional de Controle da Dengue em Juatuba

Atualmente, a Secretaria de Saúde conta com 15 Agentes de Combate a Endemias para as atividades de Pesquisa (LIRAa), Tratamento Focal e Bloqueio de Transmissão: são dois Agentes para os Pontos Estratégicos, um Supervisor de Campo, um agente para Laboratório, um Agente no Apoio istrativo, dois Agentes para o projeto de monitoramento do Aedes aegypti através de ovitrampas e um Biólogo referência técnica do Programa. No total são 22 Agentes de Combate a Endemias que estão exclusivamente que compõem o Programa Nacional de Controle da Dengue em Juatuba.

De acordo com a Saúde, no ano de 2022, o Programa realizou, no município, três LIRAa, seis ciclos de Tratamento Focal e 20 ciclos de Pesquisa e Tratamento em Pontos Estratégicos.  “Também foi realizado em todas as escolas municipais e creches ações de combate ao Aedes, transmissor da dengue e outras arboviroses, com o objetivo de fortalecer a interlocução entre unidades escolares e de saúde para a constante socialização de dados sobre a situação da dengue, bem como os principais focos de contaminação, além da formação de multiplicadores”.

Este ano, segundo a secretaria de Saúde já foi realizado o 1º LIRA e estão programadas mais três edições para os meses de maio, agosto e outubro. Há também um Comitê Municipal de Mobilização, Prevenção e Combate à Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e outras arboviroses do município de que está em atividade auxiliando no Planejamento das Ações de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.

Quanto à situação epidemiológica foram notificados 89 casos em todo o ano de 2022, nenhum caso de Febre Hemorrágica foi notificado, assim como não houve óbito no período. Em 2023, até o momento foram notificados três casos.

“Quanto ao Palácio dos Leilões temos a informar que a empresa conta com os serviços de uma empresa especializada contratada para fazer o combate à dengue nas suas dependências. A empresa é licenciada para realizar essa atividade e envia quinzenalmente relatórios para a Secretaria Municipal de Saúde atendendo a uma condicionante da Licença Ambiental”, diz nota.

Combate no município

Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde, no ano de 2022 a pasta aderiu ao programa de “Monitoramento do Aedes no estado de Minas Gerais” realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. O programa consiste na instalação de armadilhas (ovitrampas) para a captura de ovos do mosquito Aedes aegypti. O Monitoramento constitui-se como método sensível e econômico para detectar a presença do vetor, sendo eficiente, em especial, na detecção precoce de infestações em áreas onde o mosquito foi eliminado ou recentemente introduzido com a finalidade de monitorar a infestação.

O programa conta com a participação voluntária de moradores que permitem que a uma armadilha seja instalada na sua residência na parte externa do imóvel, em local sombreado e protegido da chuva, e com o menor fluxo de pessoas e animais. As ovitrampas são depósitos de plástico, na cor preta, com capacidade de 500 ml, contendo uma palheta de eucatex para coletar as oviposições das fêmeas.

O Programa de Monitoramento do Aedes aegypti em Juatuba iniciou com a instalação de 25 (vinte e cinco) armadilhas nos bairros São Gerônimo, Canaã, Parque Alvorada e Vila Maria Regina e será ampliado, em 2023 com a implantação de 45 (quarenta e cinco) novas armadilhas, totalizando 73 (setenta e três). Nessa segunda etapa serão atendidos os bairros: Veredas da Serra, Castelo Branco, Vila Verne, Coqueiro Verde, Santo Antônio e Eldorado (na Região de linos) e Samambaia.

O programa permite conhecer a infestação e a quantidade de mosquitos Aedes aegypti a cada 15 dias e, com isso, definir ações com uma maior precisão e agilidade para controlar esse vetor.

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